Como tratar um transtorno alimentar? 5 passos essenciais | Vida Saudável
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A anorexia, a bulimia, o transtorno de compulsão alimentar periódica e a ortorexia são alguns dos principais transtornos de alimentação existentes. Essas condições têm como característica central um desequilíbrio no padrão nutricional do indivíduo, que passa a manifestar uma relação turbulenta com a comida.
Em muitos desses casos, a falta ou o excesso de alimentos no prato faz com que a pessoa desenvolva problemas tanto de ordem física quanto mental. Assim, é importante manter-se atento a todos os possíveis sintomas e buscar ajuda profissional quando necessário.
Vale lembrar, no entanto, que cada sujeito é único e, por isso, o processo de tratamento desses distúrbios exige um cuidado personalizado e multidisciplinar. Aprenda como dar os primeiros passos no processo de recuperação:
Vídeo: O primeiro passo após o diagnóstico de um distúrbio alimentar
1. Procure um psiquiatra
Em geral, o diagnóstico final de um distúrbio alimentar é feito por um médico psiquiatra. Mas médicos de família, clínicos gerais e psicólogos também são capacitados a levantar a hipótese da doença de forma preliminar e encaminhar o paciente para a avaliação de um especialista.
O processo de investigação costuma ser clínico, atestado pela anamnese (coleta de informações que analisa a história do paciente). Em alguns casos, o médico também pode solicitar outros exames para apoiar o diagnóstico e traçar o plano de tratamento, como hemograma e dosagem de proteínas.
Mesmo com a confirmação do diagnóstico, recomenda-se manter as sessões com o psiquiatra. Além desse profissional ajudar o paciente a processar suas vivências cotidianas, ele poderá avaliar a necessidade de uma intervenção farmacológica. A depender de cada caso, medicamentos podem ser implementados para reduzir a ansiedade e estabilizar o humor.
2. Faça acompanhamento psicológico
O psicólogo, por sua vez, ajuda a pessoa a entender as causas emocionais por trás do transtorno. É nessas sessões que o paciente irá trabalhar o reconhecimento e a recuperação de sua autoimagem.
Também é papel desse profissional pensar estratégias mais saudáveis para lidar com os desafios diários. Nesse sentido, uma abordagem muito utilizada é a terapia cognitivo-comportamental (TCC), que ajuda a identificar e mudar os padrões de pensamento que levam a comportamentos alimentares prejudiciais.
3. Marque consultas com nutricionista
Uma parte muito importante do tratamento desses transtornos inclui a prática de reeducação alimentar, no qual o indivíduo é estimulado a repensar sua relação com a comida e deixar de vê-la como uma inimiga. O foco está em recuperar o equilíbrio da alimentação.
Portanto, a função do nutricionista é estabelecer planos de alimentação que assegurem a absorção de todos os nutrientes necessários. Vale destacar que isso precisa ser feito sem a pressão de dietas restritivas, que podem servir de gatilho para os distúrbios.
4. Crie uma rotina de treinamentos com um educador físico
Por fim, é indicado envolver um educador físico no processo de cuidados diários. Isso porque o exercício físico, quando bem orientado, auxilia na melhora do humor, na redução da depressão e até na qualidade do sono.
No entanto, é muito importante que esse profissional tenha experiência com pacientes que sofrem de transtornos alimentares. O foco do trabalho é na saúde física e mental, não na estética.
5. Conte com uma rede de apoio próxima
Durante o processo de tratamento, contar com o apoio da família e dos amigos é fundamental. Estar cercado de pessoas que entendem e incentivam o autocuidado faz com que o paciente se sinta menos isolado e acolhido. Isso pode ter um peso decisivo na continuidade da cura.
Revisão técnica: Erica Maria Zeni (CRM 140.238/ RQE 75645), médica da Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo . Possui graduação e residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e residência em Medicina Interna pela Universidade de São Paulo (USP). Também possui pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica Medicina Paliativa, em Buenos Aires, Argentina.
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