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Hemorroidas podem ser uma fonte de dor e de muito desconforto, uma vez que as veias dilatadas no reto e no ânus, geralmente estão associadas à obstipação crônica. Durante o movimento intestinal, essas veias se dilatam e se retraem, retornando ao tamanho normal. Nesta matéria, confira 10 fatos sobre hemorroidas e sabia como identificá-las e tratá-las!

1. Todas as pessoas podem ter hemorroidas?

Segundo o National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK), pelo menos 75% das pessoas vão ter hemorroidas ao longo da vida. Elas são mais comuns entre 45 e 65 anos e em mulheres grávidas. A prisão de ventre crônica (obstipação crônica) é uma das principais causas do problema.

2. O esforço feito durante a evacuação é a raiz do problema?

Nem sempre, já que, em circunstâncias normais, o ato de evacuar por si só provoca dilatação das veias localizadas no reto e no ânus, que logo em seguida se retraem naturalmente. O problema aparece quando esse esforço é dificultado com frequência por intestino preso ou por fezes endurecidas. Nesses casos, essas veias podem ficar permanentemente dilatadas e até se projetar para fora do ânus (prolapso hemorroidal).

3. Todas as hemorroidas são aparentes?

Não, pois elas podem ser internas (grau 1) ou externas (grau 2, 3 ou 4). As de grau 1 são visíveis apenas no exame específico (anuscopia). Já as de grau 2 ficam visíveis (“saem”) durante o esforço de evacuação. Graus 3 e 4 ficam sempre externamente, se localizam nas bordas do ânus, e têm aspecto semelhante ao de um nódulo doloroso e de consistência macia ao toque. 

4. Coceira anal pode ser um sintoma?

Sim, o inchaço das veias localizadas no ânus comprime as terminações nervosas do local, o que pode provocar coceira. Outros sinais são sangramento anal, que é geralmente identificado como sinais de sangue aguado ou manchas perceptíveis na roupa íntima ou no papel higiênico, dor ou ardor durante e depois da evacuação e saliência palpável na região do ânus.

5. O que ajuda a aliviar a dor e o inchaço?

Se controlada a partir dos primeiros sinais, a “crise de hemorroida” dura de cinco a seis dias. Pomadas e supositórios prescritos pelo médico ajudam a aliviar a dor e o inchaço. Banhos de assento com água morna e algumas plantas medicinais (camomila, lavanda, arnica e hamamélis) também podem ser de grande ajuda, já que aliviam a dor em alguns minutos.

6. Trombose é a complicação mais grave?

Sim. Conhecida como “trombose hemorroidária” esta é uma condição em que ocorre quando há formação de um coágulo resultante de rompimento ou compressão da veia anal e que é mais frequente nas hemorroidas externas. Esse é um quadro agudo que provoca dor intensa e inchaço na região anal na grande maioria dos casos.

7. Bons hábitos para manter as hemorroidas a distância

Uma dieta rica em líquidos e fibras (verduras, legumes e alimentos integrais) ajuda a manter o bom funcionamento do intestino, o que reduz a pressão sobre a região anal que é feita durante a evacuação. 

Outro cuidado importante para evitar pressionar demais a região anal é ficar no vaso sanitário apenas o tempo necessário para evacuar (e evitar ficar lendo ou com o celular, por exemplo). E, por melhorar o estado geral de saúde, a prática de exercícios físicos também é recomendada para evitar o problema.

8. Água e sabão

O uso de papel higiênico por si só não provoca hemorroidas, mas, quando muito áspero, pode esfolar e traumatizar a região anal. Sem falar que essa não é a melhor maneira de fazer a higiene após a evacuação (idem para os lenços umedecidos). O ideal é fazer a higiene do local com água e sabão.

9. Hemorroidas não têm nada a ver com câncer?

É importante ressaltar que as hemorroidas não são malignas. No entanto, o problema é que, diante de alguns sintomas, principalmente o sangramento anal, algumas pessoas atribuem o fato à presença de hemorroidas, deixando de procurar o médico para identificar se é, por exemplo, um caso de câncer anal ou de câncer colorretal.

10. Como tratar hemorroidas?

Casos mais avançados são resolvidos cirurgicamente com a remoção da veia que está comprometida. Além disso, pode ser utilizado uma espécie de grampeador para impedir o fluxo de sangue para a veia que está dilatada. 

Outra técnica chamada desarterialização hemorroidária transanal guiada por doppler (THD) tem o mesmo objetivo e faz a correção do nódulo externo provocado pela dilatação venosa. O Hospital Israelita Albert Einstein foi o primeiro no Brasil a adotar esse procedimento, que é realizado sem cortes e sem dor. 

Também temos a escleroterapia que consiste na injeção local de uma substância para “secar” o nódulo, e a coagulação infravermelha (IRC), que obtém o mesmo efeito por meio da aplicação de radiação infravermelha no tecido hemorroidário, são outros tratamentos utilizados.

Revisão técnica: Erica M. Zeni, médica da Unidade Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), com graduação e residência Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), residência em Medicina Interna pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica Medicina Paliativa, em Buenos Aires, na Argentina.



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