Entenda o que é o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) e como lidar com ele | Vida Saudável
4 minutos para ler
O Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) está classificado entre os tipos de condições psiquiátricas disruptivas, do controle de impulsos e da conduta. Muito confundida com “birra”, a condição é caracterizada por comportamentos persistentes de resistência, hostilidade e desobediência, que costumam ser direcionados principalmente a figuras de autoridade, como pais, responsáveis e professores.
Embora seja comum que as crianças apresentem atitudes de oposição, o TOD vai muito além de simples “chiliques” e pode tornar o convívio e o desenvolvimento social desafiadores. Geralmente, começa a se manifestar até os 8 anos de idade, mas não está restrito a essa fase da vida, e pode surgir mais tarde.
Vídeo: É birra ou Transtorno de Oposição e Desafio?
Sintomas
O TOD se manifesta por atitudes frequentes de oposição, irritabilidade e, muitas vezes, agressividade. Dentre os principais sintomas, destacam-se:
- Perder a calma facilmente;
- Desafiar regras e instruções;
- Discutir com adultos;
- Culpar terceiros pelos seus próprios erros.
Diagnóstico
Identificar os sinais é o primeiro passo. Para realizar o diagnóstico do transtorno, podem ser consultados psiquiatras infantis, neurologistas e neuropediatras.
A partir da análise clínica e do acompanhamento da criança por pelo menos seis meses, a equipe poderá indicar o melhor tratamento para lidar com os momentos de crise e promover seu bem-estar. Sem intervenção, o TOD pode impactar gravemente a vida escolar, familiar e social.
Vídeo: Meu filho tem TOD. Como lidar?
Tratamento
O tratamento foca em resultados de médio e longo prazos. Por isso, seus dois principais eixos de abordagem são o reforço positivo e o apoio profissional.
Reforço positivo
Criar um ambiente de comunicação não violenta e de reforço positivo pode ajudar a reduzir o comportamento de oposição. Isso envolve uma escolha cuidadosa de palavras, um tom de voz calmo e a criação de um momento adequado para abordar os comportamentos desafiadores.
Elogiar as qualidades da criança e reconhecer seus esforços, mesmo que pequenos, também é fundamental para promover autoestima e autoconfiança. Esse tipo de técnica também ajuda a estabelecer uma relação de respeito mútuo.
O diálogo permite que os pais estabeleçam limites de maneira firme, mas acolhedora. É importante mostrar à criança que suas emoções são compreendidas e que existe um espaço seguro para ela se expressar.
Além disso, é interessante que os responsáveis alinhem suas abordagens para transmitir orientações consistentes. Quando há desacordos entre os adultos, a criança pode sentir insegurança ou explorar essas diferenças, o que dificulta a criação de um ambiente disciplinado e seguro.
Apoio profissional
Psicólogos especializados em terapia cognitivo-comportamental podem ajudar a criança a desenvolver estratégias de regulação emocional. Isso, consequentemente, também melhora sua forma de interação social.
O acompanhamento psiquiátrico pode ser necessário para avaliar o uso de medicamentos, sobretudo nos casos em que a criança apresenta também o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), por exemplo.
Por fim, as sessões de orientação para pais e outros responsáveis são essenciais para ajudá-los a lidar com as demandas associadas ao transtorno. Profissionais da área podem fornecer estratégias de manejo e apoio para criar um ambiente familiar mais equilibrado e compreensivo.
Revisão técnica: Luiz Antônio Vasconcelos (CRM 124.634/RQE 75628), especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.
Comentários estão fechados.