Gravidez psicológica: tudo que você precisa saber a respeito
Na gravidez psicológica, também chamada de gravidez fantasma ou pseudocysesis, a mulher acredita estar esperando um bebê, mas não está de fato grávida.
A mulher apresenta sintomas comuns da gravidez, como cansaço, náusea e seios inchados, e a sua barriga pode até mesmo aumentar ligeiramente. Por conta disso, tem dificuldade para aceitar resultados de exames que atestam a inexistência da gravidez.
A crença na falsa gravidez pode permanecer por semanas ou meses, sendo comum acontecer durante os nove meses da gestação real.
Em casos extremos, essa condição pode durar por anos. Embora seja biologicamente impossível uma mulher permanecer grávida além de nove meses, a paciente não consegue enxergar a realidade.
O que causa a gravidez psicológica?
Ainda não foi possível definir uma causa específica para esta condição, mas a similaridade entre os casos aponta para causas emocionais e psicológicas.
A teoria mais comum diz respeito ao forte desejo de engravidar da mulher. Ela pode ficar tão focada na possibilidade de ter um bebê que começa a acreditar que está grávida ao notar modificações em seu corpo ou, simplesmente, por ter uma “intuição”.
A situação oposta também pode explicar a gravidez psicológica. O medo de ter filhos, independente se está em um relacionamento sério ou não, é capaz de perturbar o emocional de algumas mulheres. Elas estão sempre alertas, certificando-se que tanto elas quanto os parceiros estão protegidos contra uma possível gravidez em toda relação sexual.
É claro que os casais devem se prevenir quando não desejam ter filhos, porém, a mulher apreensiva pode desenvolver uma obsessão nada saudável em relação a isso.
Outros fatores que colaboram para a gravidez fantasma são os transtornos mentais, como depressão e ansiedade, e o trauma de abusos sexuais. Também é possível que um desequilíbrio hormonal no cérebro contribua para que a mulher acredite estar grávida.
Além disso, altos níveis de progesterona no organismo causam alterações corporais parecidas com as que ocorrem na gestação, levando a mulher a acreditar que pode estar grávida.
Fatores de risco
Mulheres que tiveram um ou mais abortos espontâneos ou apresentam dificuldades para engravidar, como infertilidade, possuem chances maiores de acreditarem estar grávidas. A frustração por não conseguirem conceber pode se manifestar de maneira patológica.
Mulheres pressionadas para terem filhos, em luto após a perda de alguém querido ou que estão desesperadas para salvar o casamento por meio da gravidez também estão mais suscetíveis a desenvolver gravidez psicológica.
Por fim, mulheres cujos bebês faleceram no parto ou nasceram mortos também podem apresentar esta condição.
Quais os sintomas da gravidez psicológica?
Muitos dos sintomas comuns da gravidez são experimentados com incrível autenticidade, inclusive o crescimento da barriga! Em casos mais graves, a mulher pode até sentir o bebê chutar ou se mover na barriga.
Normalmente, o abdômen se expande à medida que o bebê cresce e conforme o biotipo da mulher. No caso de uma gravidez fantasma, o abdômen estende-se minimamente devido a gases, ganho de peso, bexiga inchada, fezes, entre outros motivos.
A menstruação atrasada ou desregulada causa espanto no casal e nos familiares. Afinal, é uma das principais indicações de que uma mulher está grávida.
A crença na gravidez pode ser tanta que ela pode sentir as dores do parto (na verdade, o que imagina serem essas dores) e, mesmo após não haver nascimento, continuar acreditando que o bebê virá em algum momento.
Existem outros sintomas, mais comuns, que se manifestam durante a gravidez psicológica. Veja abaixo:
- Náusea, especialmente matinal;
- Seios inchados ou doloridos;
- Produção de leite;
- Ganho de peso;
- Apetite intenso ou reduzido;
- Alongamento do útero;
- Parto falso;
- Suavização do colo de útero; e
- Mudanças no ciclo menstrual.
Os sintomas acima também podem indicar a existência de uma patologia física com sintomas semelhantes, especialmente se permanecerem após a comprovação da pseudocysesis. Portanto, pode ser necessário investigar tanto as causas físicas quanto as psicológicas.
Como é feito o diagnóstico?
Os exames de gravidez são capazes de confirmar as suspeitas de qualquer mulher em dúvida, em especial o ultrassom. Entretanto, em alguns casos mais sérios, a mulher pode acreditar que está grávida mesmo após ter feito os exames diversas vezes.
Receber um diagnóstico negativo quando se deseja muito ser mãe é doloroso. Se este for repetido devido à dificuldade de conceber, então, pode deixar qualquer mulher desesperançosa. Por isso, algumas reagem com incredulidade ou ficam deprimidas.
Qual é o tratamento?
Como se trata de uma condição psicológica, o melhor tratamento é a piscoterapia.
A realização do ultrassom costuma ser o suficiente para a mulher perceber que não está carregando um bebê. Mas, se os sintomas permanecerem ou a tristeza for demasiada, a mulher pode dar início a um acompanhamento psicológico com um profissional da saúde mental para que a causa da gravidez psicológica seja investigada.
O psicólogo perguntará sobre o estilo de vida da paciente, fatores estressores, qualidade do relacionamento amoroso, relação com a família e, principalmente, a sua visão da maternidade.
Normalmente, a paciente já possui histórico de transtorno mental que dificulta a compreensão da gravidez psicológica. A sua ligação com a maternidade também costuma ser problemática.
Ela pode ter uma relação tóxica com a mãe ou estar/ter estado em um relacionamento abusivo quando mais jovem que corrompeu a sua visão da maternidade.
Mulheres que não possuem essa condição, mas desejam engravidar ou estão grávidas e demonstram incerteza sobre a maternidade também podem buscar ajuda profissional.
A gravidez é uma experiência única e íntima para cada uma. Às vezes, uma mulher apresenta mais fragilidade emocional do que outra. É completamente normal, apesar da pressão social para ser uma boa mãe mesmo antes de o bebê nascer tentar mostrar o contrário.
É comum surgirem questionamentos sobre o futuro e a capacidade de educar uma criança antes e ao longo da gestão. Essas dúvidas, no entanto, não podem tirar a alegria da experiência.
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