Hipersonia | Drauzio Varella
A hipersonia, um distúrbio do sono caracterizado por quadros diurnos de sonolência excessiva, afeta mais homens.
Hipersonia é um distúrbio do sono, que se caracteriza por quadros diurnos de sonolência excessiva, mesmo que a pessoa tenha tido uma noite de sono prolongado e sereno. Pessoas com o transtorno apresentam enorme dificuldade para manter-se despertas durante o dia e podem adormecer a qualquer hora e em qualquer lugar, nas mais inusitadas situações, seja ao volante do carro, sobre a mesa de trabalho, em pé no elevador, com uma criança no colo.
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Os episódios de hipersonia diurna podem ser recorrentes e afetam mais os homens do que as mulheres. A primeira crise, em geral, ocorre no início da adolescência ou da vida adulta e pode ser breve, durar algumas horas, dias ou poucas semanas. Embora possam surgir em qualquer idade, é incomum que as crises se manifestem depois dos 30 anos.
De maneira geral, qualquer um de nós pode experimentar o desconforto de desenvolver um quadro de sonolência durante o dia, depois de uma noite mal dormida, ou prejudicada por mudanças no ritmo de um trabalho extenuante. Nesse caso, a sonolência diurna pode ser considerada uma reação natural do organismo. Nada que um cochilo breve ou algumas poucas horas de sono não consigam reverter.
A sonolência diurna excessiva é uma condição neurológica rara, muitas vezes de causa desconhecida (idiopática), que pode ser classificada em primária ou secundária e pode vir acompanhada
Causas da hipersonia
Recebem o nome de hipersonia idiopática primária, os episódios de sonolência diurna excessiva, de causa desconhecida, e que não podem ser atribuídos a alterações no ciclo circadiano, nem a horários invertidos do sono, como é o caso daqueles que ocorrem com as pessoas que precisam dormir durante o dia, porque atravessam a noite trabalhando.
A hipersonia é classificada como secundária, quando os quadros de sonolência excessiva permitem estabelecer uma ligação com outras condições de saúde, tais como 1) o uso de medicamentos, 2) transtornos psiquiátricos, 3) lesões traumáticas, ou 4) a síndrome do sono insuficiente.
Fatores de risco da hipersonia
Diversos distúrbios subjacentes podem funcionar como fatores de risco para manifestação de quadros de hipersonia. Entre eles, podemos destacar:
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Sintomas da hipersonia
O principal sintoma da hipersonia é a sonolência que toma conta da pessoa durante o dia, e pode estender-se por longos períodos de sono à noite. Importante considerar também, como manifestação ligada à hipersonia, a “inércia do sono”, ou seja, o estado fisiológico que marca a fase de transição do sono para a vigília (parece que a pessoa não acordou completamente).
Em geral, esses episódios vêm acompanhados de extremo cansaço, falta de energia, raciocínio lento. Ansiedade, irritabilidade, lapsos de memória, perda de apetite, são outros sintomas possíveis dessa condição, que não só comprometem a qualidade de vida, como também afetam o desempenho social, profissional e afetivo.
Portadores de hipersonia idiopática também se queixam de que, nas fases críticas do transtorno, nem mesmo tirar vários cochilos durante o dia proporciona um sono reparador, nem alivia os sintomas desagradáveis da condição.
Diagnóstico da hipersonia
O diagnóstico da hipersonia deve levar em conta:
- Levantamento e análise do histórico de saúde pessoal e familiar do distúrbio, os sinais e sintomas que apresenta, há pelo menos três meses, com que frequência se manifestam e o impacto que exercem sobre as condições de vida e relacionamento interpessoal;
- Exames de sangue e de imagem que possibilitam localizar outros problemas de saúde que possam estar relacionados com a hipersonia;
- Respostas ao questionário comportamental denominado “Escala de Sonolência de Epworth” a fim de avaliar o grau de sonolência diária nos pacientes adultos;
- Exames, como a polissonografia e os testes de latência múltipla do sono (MSLT) que, segundo a “Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono”, pode facilitar o diagnóstico diferencial com outras patologias.
Tratamento da hipersonia
O ideal é que tanto o diagnóstico quanto o tratamento da hipersonia sejam conduzidos por um médico neurologista especializado em distúrbios do sono, porque a conduta terapêutica certamente irá variar de acordo com as características próprias da condição nas diferentes fases do transtorno.
No que se refere ao tratamento da hipersonia idiopática primária, a indicação de certos medicamentos de ação estimulante (modafinil), por exemplo) e de antidepressivos, assim como algumas mudanças no estilo de vida ajudam a reduzir o tempo de sonolência e a aumentar o de vigília, o que trará benefícios para a qualidade de vida das pessoas sujeitas a crises de hipersonia.
Da mesma forma, nas crises de sonolência e cansaço excessivos, dirigir carros e operar máquinas ou outros equipamentos pesados, são atividades que devem ser evitadas porque colocam a vida em risco.
Já nos casos de hipersonia secundária, o tratamento deve ser feito com remédios específicos para tratar o problema de saúde subjacente que está causando a sonolência excessiva, conforme orientação médica.
Embora não haja procedimentos específicos para o tratamento da hipersonia idiopática primária, num número pequeno de casos, o transtorno pode ter remissão espontânea e desaparecer sem medicação
Perguntas frequentes sobre hipersonia
O que é hipersonia idiopática?
Recebem o nome de hipersonia idiopática primária, os episódios de sonolência diurna excessiva, de causa desconhecida, e que não podem ser atribuídos a alterações no ciclo circadiano, nem a horários invertidos do sono, como é o caso daqueles que ocorrem com as pessoas que precisam dormir durante o dia, porque atravessam a noite trabalhando.
A hipersonia pode ocorrer na gravidez?
Sim, nesse período, são comuns as alterações no sono como a hipersonia, que pode evoluir para a insônia e despertares frequentes no fim da gravidez, devido às alterações hormonais presentes.
Quais as causas da hipersonia?
Entre os fatores que levam ao aumento do risco para desenvolver hipersonia estão os disturbios de sono como insônia e narcolepsia, obesidade, alcoolismo, trabalhos em turnos, uso de medicamentos sedativos, entre outros.
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