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o que é e como tratar?

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A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, também conhecida como bacilo de Hansen. Essa bactéria provoca alterações dermatológicas, tais como manchas e nódulos na pele, e pode atacar os nervos periféricos, ocasionando dormência, perda de tônus muscular e retração dos dedos, entre outros sintomas. Saiba mais!

Embora seja contagiosa, a transmissão ocorre por meio de convivência próxima e exposição prolongada ao doente. No entanto, se o portador estiver em tratamento adequado, a doença deixa de ser contagiosa. Além do controle da transmissão, os protocolos existentes podem curar a enfermidade.

O que é hanseníase?

Anteriormente conhecida como Lepra, essa denominação deixou de ser utilizada no Brasil em 1995, conforme determina a Lei nº 9010, com a finalidade de ressignificar socialmente a doença. A hanseníase é considerada uma das doenças catalogadas mais antigas do mundo, com registros na Índia, China, Japão e Egito há mais de 4.000 anos.

O Brasil registra cerca de 30 mil novos casos por ano, figurando entre os países com maior incidência no mundo. A doença está associada a condições econômicas, sociais e ambientais desfavoráveis. Embora existam registros em todas as unidades federativas, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentam maior incidência.

Quantos tipos de hanseníase existem?

A hanseníase pode ser classificada em quatro formas, estando elas associadas ao estágio de acometimento do paciente e contagem de bacilos. São elas:

  • Hanseníase indeterminada — Estágio inicial, com até cinco manchas e contornos mal definidos. Não há comprometimento neural;
  • Hanseníase tuberculoide — Nesse caso as manchas (ou placas) estão mais definidas, embora em mesmo número (até cinco), e há comprometimento de um nervo;
  • Hanseníase borderline ou dimorfa — Bem definidas ou não, as manchas e placas aparecem em número maior que cinco no corpo do paciente. Dois ou mais nervos são acometidos;
  • Hanseníase virchowiana — Forma mais disseminada, difícil distinguir pele saudável da acometida, podendo haver comprometimento do nariz, rins e órgão reprodutivo masculino. Pode haver nódulos dolorosos na pele. 

Nos dois casos iniciais, a hanseníase é paucibacilar. Isso significa que os doentes têm poucos bacilos e não são considerados importantes transmissores da doença. Já na hanseníase dimorfa e virchowiana, consideradas multibacilares, a contagem de bacilos é elevada, o que torna esse grupo de infectados potencialmente propagadores da doença.

Quais são os principais sintomas da Hanseníase?

A hanseníase tem incubação lenta, ou seja, sinais e sintomas podem demorar a surgir após a infecção. Geralmente, a incubação dura entre dois e sete anos, mas há casos em que os sintomas aparecem em menos de 24 meses ou após uma década. Os sintomas mais frequentes são:

  • Manchas na pele (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas);
  • Alteração de sensibilidade na pele, acompanhada ou não de dor;
  • Comprometimento de nervos periféricos, podendo haver alterações motoras, sensitivas e de autonomia;
  • Diminuição dos pelos e do suor na área acometida;
  • Formigamento ou fisgadas, especialmente nas mãos e pés;
  • Redução da sensibilidade e força muscular na face, mãos e pés;
  • Nódulos no corpo, eventualmente avermelhados e dolorosos.

Tratamento

O tratamento medicamentoso associa três antimicrobianos: rifampicina, dapsona e clofazimina. Esse protocolo é chamado de Poliquimioterapia Única (PQT-U), sendo muito efetivo na redução da resistência do bacilo. Quando apenas um medicamento é usado, a ocorrência de resistência é maior, dificultando a cura. 

Além disso, o tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS e pode durar até seis meses, no caso das formas paucibacilares da doença, ou um ano, para as formas com mais bacilos. Em tratamento, o paciente deixa de transmitir o agente causador da hanseníase, podendo seguir com as suas atividades cotidianas, incluindo contato com familiares e trabalho presencial.

Revisão Técnica: Luiz Antônio Vasconcelos, especialista em clínica médica, medicina interna, cardiologia e ecocardiografia. É cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. 



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