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Prolapso dos órgãos pélvicos é problema comum em mulheres acima dos 70 anos |

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O prolapso dos órgãos pélvicos (POP), região que inclui o útero, o colo do útero, a bexiga, a vagina, a uretra e o reto, ocorre quando o tecido e os músculos do assoalho pélvico ficam fracos ou soltos e não conseguem mais suportar os órgãos pélvicos. 

O deslocamento pode ser pequeno e assintomático ou maior e com consequências para a qualidade de vida da mulher, pois pode até ficar parcialmente exposto no exterior do corpo. O prolapso é uma doença comum que tem grande impacto psicológico. 

Ainda assim, os registros de prevalência são imprecisos já que muitas mulheres não buscam ajuda médica por vergonha de falar com o médico sobre os sintomas, ou pensam que os sintomas são normais devido à idade, ou por terem passado por partos vaginais. Mas é importante saber que o prolapso de órgãos pélvicos é tratável.  

Quais são os tipos de prolapso pélvico?

O prolapso dos órgãos pélvicos pode afetar dois ou mais órgãos simultaneamente na mesma mulher. Os tipos mais comuns são:  

  • Cistocele: é quando ocorre o prolapso da bexiga, que cai na direção da vagina. É o tipo mais frequente de prolapso dos órgãos pélvicos;  
  • Enterocele: prolapso do intestino;  
  • Retocele: prolapso do reto;  
  • Uterino: prolapso do útero ou da cúpula vaginal em mulheres histerectomizadas;  
  • Eritrocele: prolapso da parede vaginal.  

Qual é a causa do prolapso dos órgãos pélvicos?

A causa do prolapso é o enfraquecimento dos ligamentos e músculos que mantêm os órgãos pélvicos no lugar, dentro da pelve. Esse conjunto de ligamentos e músculos é chamado de assoalho pélvico.   

Vários fatores de risco estão relacionados ao enfraquecimento do assoalho pélvico e à ocorrência de prolapso uterino, sendo que a combinação dessas condições varia de mulher para mulher:  

  • Idade (o risco aumenta com o envelhecimento);  
  • Paridade (número de partos que a mulher teve depois da 20ª semana de gravidez);  
  • Parto normal;  
  • Desordens do colágeno.   

Também se acredita que outros fatores potenciais seriam a obesidade, o peso do recém-nascido, tosse crônica, sedentarismo ou excesso de atividade física e história familiar.  

Faixa etária

Os sintomas de prolapso dos órgãos pélvicos podem ocorrer em qualquer idade, mas têm seu pico entre 70 e 79 anos, sendo que afeta até 50% das mulheres nessa faixa etária.  

Quais são os sintomas do prolapso do útero?

Além de sentir a alteração na anatomia dos órgãos pélvicos, a mulher pode ter incontinência urinária, dificuldade de evacuar e dor ou incômodo durante a relação sexual. É comum a mulher falar em sensação de peso ou “bola na vagina”.  

Também tem a sensação de que algo está saindo pelo canal vaginal e sente frequentemente a falsa necessidade de urinar.   

Como é feito o diagnóstico?

O conjunto de queixas da paciente é um grande indicador de que se trata de um caso de prolapso. O exame físico feito pelo ginecologista confirma o diagnóstico. A ultrassonografia e a ressonância magnética são usadas para investigar o estado da estrutura dos órgãos pélvicos.  

Qual é o tratamento para prolapso?

O tratamento do prolapso pode ser conservador (recomendado para a maioria das mulheres) ou cirúrgico.  

  • Tratamento conservador: é feito com o uso de pessários vaginais, que são dispositivos de borracha ou silicone, de vários tamanhos e formatos, inseridos na vagina da paciente pelo ginecologista para servir como suporte aos órgãos da pélvis. Também faz parte do tratamento conservador a fisioterapia para aumentar a força e a rigidez dos músculos do assoalho pélvico.  
  • Tratamento cirúrgico: esta alternativa é cogitada para casos com prolapso avançado e com sintomas significativos, que causam muita perda de qualidade de vida. Existem vários tipos de cirurgia reconstrutiva para prolapso, já que o quadro varia de pessoa para pessoa. O procedimento pode ser realizado por via vaginal, abdominal ou laparoscópica. O objetivo é unir os ligamentos ou a musculatura por meio de pontos. O médico vai avaliar e discutir com a paciente os benefícios e riscos dos diferentes procedimentos cirúrgicos.  

O parto e o prolapso 

O parto vaginal é um fator de risco para prolapso dos órgãos pélvicos. O obstetra tem um papel importante para preservar a qualidade de vida da mulher, já que ele pode reconhecer possíveis lesões no assoalho pélvico provocadas pelo parto e propor tratamento adequado em tempo hábil para evitar problemas futuros. 


Revisão Técnica:  

Sabrina Bernardez Pereira 

Médica Economia da Saúde Hospital Israelita Albert Einstein, especialista em Cardiologia pela SBC/AMB, doutorado em Ciências Cardiovasculares Universidade Federal Fluminense (UFF).  



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