Separação na gravidez: como lidar?
A separação na gravidez não costuma ser uma boa notícia, mas, dependendo do relacionamento, pode ser um grande alívio.
A experiência da gestação é, sem dúvidas, transformadora para ambos os cônjuges. Alguns casais a encaram como um período de felicidade plena, apesar do estresse e das noites mal dormidas.
Já outros não conseguem fugir dos conflitos, discussões e brigas. Quando o relacionamento não vai bem, a tendência é que a gravidez coloque os pontos frágeis da relação em evidência. A convivência pode se tornar tão tumultuosa que o casal, sem conseguir enxergar alternativas, opta pelo término do relacionamento para o bem de ambos.
A gravidez no relacionamento
A gestação é sentida por casais de jeitos diferentes e acontece em pontos singulares do relacionamento. Ela pode ter sido minuciosamente planejada ou uma “surpresa”. Às vezes, essa surpresa ocorre em um momento propício. Às vezes, não.
Seja como for, a gravidez é o marco de muitas transformações na vida dos cônjuges e na dinâmica da relação. A partir do momento da descoberta, a vida do casal jamais será a mesma. É preciso repensar o modo de vida, a carreira profissional e a vida financeira, além de fazer dezenas de planos para o futuro da criança.
Neste contexto, qualquer mudança repentina, seja grande ou pequena, pode ser o estopim para conflitos e uma consequente separação na gravidez. São muitos os cenários que passam pela cabeça do casal nos meses precedentes à chegada do bebê.
O medo, o estresse e a ansiedade podem tomar conta, aprisionando o casal em um ciclo de desentendimentos e preocupações excessivas.
Quando a gravidez é planejada e a prioridade de ambos os cônjuges é constituir uma família, essa experiência costuma ser bem diferente. Com a vida profissional e financeira estruturada, o casal tem menos preocupações e consegue apreciar todas as fases da gestação até o nascimento do bebê.
Ainda podem ocorrer conflitos no relacionamento, é claro. Mas, eles tendem a ser menos intensos e de fácil resolução. Os desejos do casal estão de acordo com a situação e eles estão dispostos a superar os desafios da gravidez em conjunto.
Problemas conjugais durante a gravidez
É comum ouvirmos que casais encontraram problemas durante a gestação. Dependendo do vínculo entre os cônjuges e da natureza desses conflitos, a separação na gravidez pode ser a saída mais lógica.
Na verdade, o fim do relacionamento neste período é comum porque as relações amorosas mudam muito ao longo dos nove meses da gestação. Elas passam por incontáveis altos e baixos. Alguns deles ocasionam reflexões acerca do vínculo com o parceiro e da própria capacidade de educar uma criança.
Além disso, é preciso levar em conta como cada parceiro vive essa experiência.
A mulher tende a ficar ansiosa ao imaginar a vida com o bebê, cansada por conta das mudanças em seu corpo e do desconforto nos últimos meses da gestação, e sensível devido à produção de hormônios. Já o homem costuma se preocupar com a perda do afeto e da atenção da parceira, as mudanças no estilo de vida do casal e a vida financeira.
Quando essas questões não são bem administradas pelo casal, levam à separação na ou após a gravidez.
Há, ainda, outra questão: cônjuges em um relacionamento doentio podem ser surpreendidos com uma gravidez. Ela acaba multiplicando os atritos entre o casal, elevando o estresse a níveis extenuantes. Neste caso, o término da relação é considerado um alívio para a saúde mental e bem-estar de ambos os parceiros.
Afinal, quando não há interesse do casal em permanecer junto, vale a pena dar continuidade à relação? É claro que passar por uma gestação e cuidar de um bebê sem o apoio de um parceiro não é agradável, mas manter uma relação por conveniência tampouco é.
O casal precisa colocar os prós e contras do relacionamento na balança para chegar a uma conclusão favorável para ambos, sendo essa a separação ou não.
Como lidar com a separação na gravidez?
Lidar com a separação na gravidez ou após a gestação não é fácil. Mesmo quando desejada pelo casal, a dor do término dificulta o processo de superação. Nem sempre o amor acaba durante ou após uma separação ou divórcio. É normal que haja recaídas, arrependimento, muito choro e solidão.
Por outro lado, a separação pode ser amarga. Embora o distanciamento do parceiro seja libertador, os cônjuges ainda nutrem sentimentos ruins um pelo outro e pela situação. Como manter uma boa convivência com um bebê a caminho nessas condições?
Esta é uma situação complexa que merece ser tratada com muita cautela para não afetar a saúde dos futuros pais e, principalmente, do bebê.
1. Dialogue sempre
O diálogo entre os ex-parceiros precisa estar em dia independentemente de como o relacionamento acabou. De fato, mesmo antes do término, o casal precisa conversar sobre os seus sentimentos e anseios, bem como a possibilidade de separação na gravidez.
A comunicação não-violenta e sincera é essencial para que ambos os parceiros cheguem a uma conclusão benéfica para ambos e consigam manter uma convivência ao menos tolerável. A separação na gravidez não precisa ser transformada em um campo de batalha!
O casal precisa ter empatia para tentar compreender o ponto de vista do outro e não carregar mágoas no coração. O ressentimento faz muito mal para quem se apega a ele e às pessoas que nada tem a ver com a situação.
Caso seja muito complicado conversar sem a interferência de questões do passado e emoções intensas, os cônjuges podem fazer terapia de casal. Essa modalidade de terapia ajuda os casais a dialogarem, sem brigas e competições, em um ambiente seguro e confortável para ambos.
2. Mantenha um bom relacionamento
Você provavelmente já ouviu diversas histórias de casais que terminam o relacionamento em pé de guerra.
Tanto o homem quanto a mulher brigam incansavelmente pela guarda da criança, o homem se recusa a pagar pensão alimentícia para os filhos, e a família estendida se mete nos atritos dos ex-parceiros, criando uma confusão ainda maior. Há pais que fogem com a criança para outro estado ou país somente para a família do ex-parceiro não conseguir vê-la!
Nessas ocasiões, o vínculo entre os ex-cônjuges normalmente está muito ferido. O ressentimento e a raiva falam mais alto, levando os envolvidos a cometerem atos absurdos com a finalidade de machucar o outro.
Essas situações não lhe parecem extremamente estressantes?
Evite criar problemas desnecessários para você e o bebê e tente manter um relacionamento agradável com o seu ex. Não é preciso forçar intimidade ou passar tempo com ele se você prefere manter distância. Ser cordial e oferecer escuta em momentos de necessidade são o bastante para cultivar uma boa relação.
3. Pense no seu filho
O filho perde imensamente com a disputa de egos dos pais separados. Além de crescer em um ambiente conturbado e observar as suas famílias brigarem com frequência, ele tem mais probabilidade de desenvolver depressão, ansiedade ou outro transtorno mental no futuro.
Os pais precisam compreender que todas as suas ações afetam o filho. As crianças são observadoras natas e internalizam normas sociais, valores e condutas ao observarem como os pais e os familiares próximos agem.
Sendo assim, reflita: o que você gostaria de ensinar ao seu filho? Como resolver problemas na base do diálogo, paciência e amor? Ou a alimentar o rancor?
Independente da separação na ou após a gravidez, o bebê precisa crescer em um ambiente voltado a atender com serenidade às necessidades que contribuirão para a sua saúde psíquica. Consequentemente, os pais precisam cuidar de suas questões emocionais, tanto internas quanto com o ex-parceiro, para garantir o equilíbrio do ambiente.
Orientação psicológica na separação
O casal com dificuldades sempre pode buscar a terapia para evitar a separação na gravidez ou em outro momento do relacionamento. O psicólogo pode orientar os futuros pais a receber bem o bebê, bem como ensiná-los a ter uma postura cooperativa e compreensiva com as limitações do outro.
Tanto a gravidez quanto a chegada de um bebê recém-nascido exigem muita paciência dos pais. Ambos os períodos envolvem aprendizados constantes e vivências inéditas. Quando o casal trabalha junto, essas experiências se tornam menos complicadas e muito mais satisfatórias.
Deste modo, os parceiros que desejam encontrar esse ponto de equilíbrio e permanecerem juntos apesar dos desentendimentos podem recorrer à ajuda de um psicólogo.
Terapia de casal
O acompanhamento psicológico é igualmente vantajoso para os ex-cônjuges que desejam aprender como lidar com separação na gravidez. Na terapia, eles podem expressar todos os sentimentos e pensamentos guardados em relação ao outro de modo que não cause acessos de raiva.
Além disso, encontram soluções maduras para passar pela separação e conviver com o ex-parceiro e os seus familiares.
Ambos são convidados a expressar as suas preocupações acerca de questões conjugais e familiares (divórcio, ciúmes, infidelidade) durante as sessões com psicólogos ou psicólogas especializadas.
Terapia para ajudar a superar uma separação
Para quem realmente entendeu que o fim do relacionamento é a melhor opção, talvez o término em um momento como esse pode causar certos desconfortos — principalmente quando o assunto é a saúde mental.
Além disso, mulheres em período de gestação tendem a sofrer com alterações de humor e até mesmo alguns sinais de depressão, dependendo do caso. O mesmo vale para o puerpério, quando alguns transtornos como a depressão pós-parto podem surgir.
Portanto, o melhor a fazer é buscar se conhecer melhor e trabalhar esses problemas internamente. A terapia é o caminho para isso!
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