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Sintomas, Diagnóstico e o Controle da Doença


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O Parkinson é uma condição crônica e progressiva, causada pela neurodegeneração das células do cérebro, que atinge, principalmente, as funções motoras. Sua ocorrência é mais comum entre idosos com mais de 65 anos, mas também pode se manifestar em adultos e adolescentes.

Vídeo: A doença de Parkinson passa de pai para filho?

Sintomas

Embora muitos acreditem que o tremor é o sintoma mais frequente e característico da doença, ele só está presente em 70% dos pacientes. A bradicinesia (lentidão dos movimentos) e a rigidez muscular, por sua vez, ocorrem em 100% dos casos. 

Mas, para além das consequências motoras, a doença também pode estar por trás de sintomas multissistêmicos, que variam de pessoa para pessoa. Entre eles, estão: 

  • Diminuição do olfato;
  • Alterações do sono;
  • Mudanças de humor (com possíveis episódios de depressão e ansiedade);
  • Incontinência ou urgência urinária;
  • Dor no corpo; 
  • Fadiga.

Por si só, o Parkinson não é fatal. Contudo, em quadros clínicos mais avançados, a doença pode estar associada a quedas, infecções por broncoaspiração e até demência, condições que apresentam maiores riscos à saúde.

Diagnóstico

Ainda não há um exame capaz de indicar com precisão o diagnóstico de Parkinson. Assim, sua identificação é baseada no relato dos sintomas apresentados pelo paciente, no histórico familiar e em testes neurológicos de resposta a estímulos físicos. 

O Parkinson não é necessariamente hereditário. Porém, uma pessoa que tenha um familiar de primeiro grau (pai ou mãe) com a doença pode ter um risco maior de desenvolvê-la no futuro.

Prevenção

Não existe um método comprovadamente eficaz para prevenir o Parkinson, mas alguns fatores de risco conhecidos podem ser gerenciados. A maioria desses fatores está relacionada à exposição ambiental ou a condições médicas específicas, como o contato com pesticidas e o diagnóstico de diabetes mellitus.

Tratamento

Ainda não existe um tratamento capaz de promover a chamada “neuroproteção” — ou seja, a recuperação dos neurônios perdidos ou a prevenção que isso aconteça. O foco do tratamento atual é o controle dos sintomas, com medicamentos que minimizam a progressão dos efeitos motores da doença.

Vale reforçar que o tratamento é individualizado. A partir da avaliação de um neurologista, serão indicados medicamentos e doses pensados especificamente para cada organismo.

Ainda existe a possibilidade de encaminhamento para tratamento cirúrgico. A cirurgia de estimulação cerebral profunda (ou DBS, sigla para o termo em inglês Deep Brain Stimulation) é um dos procedimentos mais comuns para tratar o Parkinson e consiste no implante de eletrodos em determinadas regiões cerebrais associadas às funções motoras afetadas. O estímulo com pulsos elétricos promove um alívio dos sintomas.

Assim como o uso de medicamentos, o resultado da cirurgia pode variar de acordo com cada indivíduo. Esse tipo de intervenção não é recomendado para qualquer diagnóstico de Parkinson, já que pode não oferecer os mesmos benefícios para todos.

Vida ativa

Além do tratamento médico, a recomendação é que pessoas com Parkinson mantenham um estilo de vida ativo. Isso tanto no que diz respeito à mente quanto ao corpo.

Por isso, especialistas afirmam que o diagnóstico não deve ser um impeditivo para os estudos ou trabalho, desde que sob acompanhamento profissional. Treinamentos cognitivos com jogos de lógica, por exemplo, são indispensáveis na rotina.

Da mesma forma, essas pessoas devem se engajar em atividades físicas por, no mínimo, 150 minutos por semana — equivalente a duas horas e meia no total. Preferencialmente, os exercícios devem ser de intensidade moderada a alta, como agachamentos, polichinelos e corrida.

Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).



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