Transtornos alimentares: conheça os principais tipos e sinais de alerta | Vida Saudável
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Os transtornos ou distúrbios alimentares são condições de ordem psiquiátrica, caracterizadas por desequilíbrios no padrão nutricional de um indivíduo.
Geralmente interligados a problemas de autoimagem e autoestima, eles podem levar a comportamentos prejudiciais relacionados tanto ao excesso quanto à escassez de alimentos em uma dieta.
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), estima-se que mais de 70 milhões de pessoas no mundo convivam com algum tipo de transtorno alimentar. Essas condições apresentam as maiores taxas de mortalidade dentre as doenças mentais, segundo a ABP.
Embora afetem pessoas de todos os gêneros, orientações sexuais, idades e classes sociais, sua ocorrência é maior entre as mulheres. Isso porque elas costumam sofrer uma maior imposição de padrões de beleza irrealistas, além de serem bombardeadas por peças midiáticas (como publicidades, filmes e séries) que contribuem para a manutenção de uma visão deturpada sobre o próprio corpo.
Vídeo: Como os distúrbios alimentares impactam na sua autoimagem?
O que causa esses transtornos?
Não é possível definir uma única causa responsável pelo desenvolvimento de um transtorno alimentar.
No geral, essa condição é tratada como multifacetada, uma combinação de fatores genéticos, biológicos, psicológicos, socioculturais e epigenéticos, que podem ser engatilhados por exposições ambientais, estilo de vida ou pela convivência em sociedade.
O estresse crônico e as pressões sociais podem alterar drasticamente a expressão dos genes, potencializando uma predisposição a transtornos alimentares. Além disso, a desinformação disseminada amplifica a pressão estética, criando uma cultura de culpa e inadequação.
Tipos de transtornos alimentares
Existem diversos tipos de distúrbios alimentares, sendo esses quatro os mais comuns:
Anorexia nervosa
Esta condição é marcada pelo medo intenso de ganhar peso, que é reforçado por uma visão distorcida no espelho, na qual a pessoa enxerga seu peso muito acima do que realmente está.
Nos casos mais graves, pode levar à adoção de práticas de restrição alimentar extrema, que possivelmente resultam em graves deficiências nutricionais e riscos à saúde física e mental.
Bulimia nervosa
Geralmente tem como característica a ocorrência de episódios intensos de compulsão alimentar, seguidos por comportamentos compensatórios (vômitos induzidos, exercícios excessivos e uso de diuréticos ou laxantes).
Além da sensação de culpa e falta de controle, a pessoa pode sentir frustração e vergonha.
Transtorno de compulsão alimentar periódica
A pessoa consome grandes quantidades de comida em um curto período. Mas, diferentemente do que acontece na bulimia nervosa, esse transtorno não envolve práticas compensatórias. No geral, o indivíduo tende a evoluir para um quadro de obesidade e relatar sentimentos de vergonha e culpa.
Ortorexia nervosa
A condição é marcada pela recorrência de comportamentos obsessivos em relação a manter uma dieta regular e saudável, o que pode levar a uma grande restrição alimentar.
Pode comprometer seriamente a qualidade de vida, bem como as relações sociais.
Sinais de alerta
Entre os principais sintomas de um transtorno alimentar estão:
- Mudança de humor;
- Isolamento social;
- Cansaço;
- Desmaio;
- Tontura;
- Perda de produtividade;
- Queda de cabelo ou aspecto mais ralo dos fios;
- Ondas de calor ou frio constantes;
- Evitar comer perto de outras pessoas;
- Esconder ou jogar comida fora;
- Obsessão por contar calorias;
- Ir ao banheiro com frequência depois das refeições.
Caso você perceba alguns desses sinais, a recomendação é buscar o quanto antes ajuda médica e psicológica. O diagnóstico precoce dos transtornos alimentares evita maiores prejuízos à saúde e permite o início do tratamento.
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes (CRM-SP 203006/RQE 91325), médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.
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