tudo que você precisa saber sobre
6 minutos para ler
Ao recorrer a um procedimento cirúrgico no aparelho digestivo, é importante estar bem assessorado por médicos competentes, que consideram esse impacto na sua saúde — do pré-operatório até o completo restabelecimento.
Nesse sentido, a cirurgia robótica do aparelho digestivo é o meio de obter os melhores resultados, com o mínimo de desconforto possível.
Neste post, explicaremos o que é a cirurgia robótica no aparelho digestivo, como o procedimento é realizado e quem pode operar utilizando essa técnica. Confira!
O que é a cirurgia robótica no aparelho digestivo?
A cirurgia robótica é, na verdade, uma videocirurgia. Ela é feita por meio de pequenos orifícios, nos quais são introduzidos a câmera e as pinças cirúrgicas. Os movimentos são executados por braços robóticos, operados pelo cirurgião.
Esse médico fica sentado em um console ao lado do paciente, durante toda a cirurgia. Com os braços devidamente apoiados, ele controla o robô por meio de joysticks.
Os instrumentos usados aumentam a precisão dos movimentos e eliminam os tremores das mãos do médico. Assim, esse tipo de procedimento beneficia tanto os cirurgiões quanto os pacientes.
Ao contrário do que muitos imaginam, o robô não opera ninguém sozinho — ele apenas amplia a capacidade do profissional de saúde. Para isso, ele reproduz os comandos do cirurgião como se suas pinças fossem punhos e dedos humanos — mas com precisão e extensão de movimentos superiores.
Nesse sistema, o cirurgião conta com uma visão tridimensional da área operada. Além disso, a imagem pode ser aumentada várias vezes, o que permite ao médico ver com clareza o procedimento realizado.
A cirurgia robótica é usada para intervenções complexas em diferentes partes do corpo, como:
O aparelho digestivo é formado pelos seguintes órgãos: boca, faringe, esôfago, intestino, pâncreas, fígado e ânus. Eles podem ser afetados por enfermidades, como o câncer, a pancreatite, o refluxo e a hérnia abdominal.
A cirurgia robótica do aparelho digestivo é a aplicação de uma tecnologia de ponta aos casos de alta complexidade dessa região do corpo, como os tratamentos oncológicos. Esse tipo de doença exige cirurgias de longa duração, nas quais o acesso nem sempre é fácil para um procedimento convencional.
Um exemplo é a Colectomia — ou seja, a retirada de parte ou de todo o intestino grosso, no tratamento de câncer abdominal pela cirurgia robótica. Com essa técnica, a operação é mais precisa, o pós-operatório é mais tranquilo e a recuperação é bem mais rápida.
Isso porque essa técnica disseca e sela vasos rapidamente, além de diminuir a dor no pós-operatório e a ocorrência de sangramentos. Outro ponto importante é a eficácia da cirurgia robótica na ressecção de tumores e gânglios tumorais.
Como esse procedimento é realizado?
A cirurgia no aparelho digestivo é um procedimento extremamente delicado, já que a região do abdômen é composta de vários órgãos e vasos nobres que podem dificultar a execução de uma cirurgia aberta.
Na cirurgia robótica, as pinças seladoras permitem que o cirurgião separe os tecidos e sele os vasos próximos ao órgão operado, enquanto — por meio das pinças articuladas — o procedimento continua, com apenas pequenas incisões. Dessa forma, a cirurgia robótica do aparelho digestivo é menos invasiva e garante ao paciente uma recuperação acelerada.
Quando o paciente está tratando um câncer de pâncreas, por exemplo, dissecções especialmente complicadas e reconstruções complexas com anastomoses — ligações de veias frequente na remoção do câncer gastrointestinal — são necessárias. Nesse caso, a cirurgia robótica oferece mais vantagens do que a laparoscópica.
Quais condições podem ser tratadas por meio dessa intervenção?
A cirurgia robótica do aparelho digestivo é indicada, em geral, para os casos de câncer que podem ocorrer no fígado, intestino, pâncreas, estômago, esôfago e reto. Além disso, outras cirurgias podem se beneficiar da precisão do uso do robô, como:
- os refluxos complexos;
- o procedimento bariátrico;
- as hérnias abdominais;
- a reintervenção sobre a transição esofago-gástrica.
Na cirurgia robótica da hérnia de hiato, a confecção da válvula de dissecção e os pontos internos da reconstrução são mais fáceis de executar. Já nas cirurgias relacionadas ao reto, o uso do robô melhora o acesso à região operada — sobretudo nos homens, que possuem uma pelve menor que as mulheres.
Por fim, a cirurgia de retirada do estômago ficou mais simples devido ao uso do robô. Já os procedimentos envolvendo o pâncreas são realizados com maior segurança e melhores resultados na ressecção da cabeça do órgão.
Quais são as vantagens de fazer essa cirurgia?
A cirurgia robótica do aparelho digestivo oferece menos riscos do que a cirurgia aberta, além de possibilitar intervenções que poderiam ser muito complicadas ou impossíveis com outras técnicas.
As vantagens desse método sobre os tradicionais são:
- visão tridimensional, em profundidade, do local operado;
- alto nível de segurança do procedimento;
- realização de movimentos mais precisos pela pinças robóticas;
- técnica pouco invasiva, com cortes pequenos e sangramento reduzido;
- pós-operatório com menos dores e menor ocorrência de complicações, como infecções;
- recuperação mais rápida, o que diminui o período de internação;
- melhor desfecho clínico, na maioria dos casos;
- eliminação dos tremores das mãos do cirurgião em procedimentos de longa duração;
- melhores condições de trabalho para o cirurgião.
Quem pode realizar esse tipo de cirurgia robótica?
Para realizar esse tipo de cirurgia, é necessário um cirurgião com treinamento específico nessa tecnologia. Esse médico deve ser acompanhado, inicialmente por um Proctor — isto é, um cirurgião habilitado em cirurgia robótica, com autonomia para operar sem supervisão. Após obtida a certificação, a presença do Proctor é dispensada.
Submeter-se a uma cirurgia é sempre uma ocasião de apreensão e cautela. Por isso, a melhor forma de se preparar para essa situação é conhecer as suas opções.
Se você sofre com algum problema gastrointestinal, considere a cirurgia robótica do aparelho digestivo. Desse modo, você terá o melhor tratamento e poderá retornar à sua rotina muito antes do que qualquer outra técnica permitiria.
Esclareceu as suas dúvidas? Então, leia mais sobre cirurgia robótica e mantenha-se atualizado sobre os tratamentos realizados com essa técnica!
Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).
Comentários estão fechados.