Como se preparar e identificar os sinais de nascimento do bebê | Vida Saudável
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Conforme a gravidez avança e o momento do parto chega mais próximo, é comum que algumas mulheres apresentem ansiedade, nervosismo e até medo. Mas essa sensação de sobrecarga ou apreensão pode ser amenizada a partir de planejamento e comunicação com a equipe médica.
A organização para o nascimento do bebê não precisa ser concentrada nas últimas semanas que antecedem o evento, e pode ser diluída ao longo dos meses de gravidez. Por isso, uma parte importante das consultas de pré-natal inclui tirar eventuais dúvidas e auxiliar na elaboração de um plano de parto.
Esse documento deve ser escrito pelos pais, com apoio técnico da equipe de saúde. Nele, serão definidas as formas como a mulher e o seu filho deverão ser cuidados no grande dia, considerando quaisquer particularidades da sua gestação. Isso envolve, por exemplo, escolher qual o tipo de parto a ser realizado.
Vídeo: Parto – como se preparar para o grande dia
Tipos de parto
Existem dois tipos de parto, o vaginal e a cesárea. Uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) garante à mãe o direito de fazer sua escolha sobre seguir uma via ou a outra, desde que devidamente informada dos riscos e benefícios.
Isso só não é regra nos casos emergenciais, quando há risco de vida para algum dos envolvidos, como em quadros de descolamento de placenta. Aí, a equipe médica tem autonomia para conduzir o parto da maneira mais segura para a mãe e o bebê.
Parto vaginal
Como o próprio nome já sugere, no parto vaginal o bebê sai do corpo a partir da vagina de sua mãe. Naturalmente, nas últimas semanas da gestação, o feto é posicionado com a cabeça em direção ao canal vaginal e, com as contrações do útero, é empurrado pela passagem.
Esse tipo de parto pode ser completamente natural, no qual não há uso de anestesia ou instrumentos médicos, ou pode ser assistido, quando conta com intervenções para auxiliar na saída do bebê. Essa ajuda pode envolver o emprego de fórcipe ou vácuo-extrator (ventosa acoplada à cabeça do bebê) e sedativo peridural, que diminui as dores do parto e tem efeito passageiro.
Na comparação com a cesárea, o parto vaginal permite uma recuperação mais rápida à mãe e ainda estimula no recém-nascido o fortalecimento do seu sistema imunológico, ao colocá-lo em contato com diversos microrganismos durante sua passagem pelo canal vaginal. Por outro lado, essa abordagem pode levar a um nascimento mais demorado e doloroso.
Cesárea
A cesariana é um procedimento em que os médicos realizam uma incisão na barriga da mulher para retirar o bebê. Conduzida no hospital, envolve o uso de instrumentos cirúrgicos e anestesia. Normalmente, o sedativo utilizado é a raquianestesia, que retira a sensibilidade da parte inferior do abdômen e das pernas, e tem duração de três a quatro horas.
Em comparação ao parto normal, a cesárea torna o processo de nascimento mais rápido e indolor. Porém, traz como consequência uma recuperação mais demorada da mãe.
Vídeo: Tudo o que você precisa saber sobre parto
Sinais do parto
Com o plano de ações definido, resta à mãe aguardar o momento do parto. Contudo, sobretudo no final da gestação, alguns desconfortos podem ser facilmente confundidos com os sinais de nascimento. Por isso, é recomendado se atentar a três ocorrências que refletem o início, de fato, desse processo: a perda do tampão mucoso, o rompimento da bolsa e as contrações.
1. Eliminação do tampão mucoso
O tampão mucoso é uma camada que se forma entre a vagina e o útero durante a gravidez para proteger o feto de bactérias e outros microrganismos prejudiciais. Próximo do nascimento, o colo do útero começa a ficar mais fino e a dilatar, o que pode resultar no rompimento dessa substância.
Quando eliminado, o tampão pode ser visualizado como uma secreção esbranquiçada, que lembra clara de ovo. Em alguns casos, o muco também é acompanhado por alguns filetes de sangue.
2. Rompimento da membrana amniótica
Quando a mulher sente a passagem de um fluxo de líquido morno de sua vagina para as pernas, é possível que ela esteja vivendo um episódio de rompimento da bolsa amniótica ou bolsa das águas, como é popularmente conhecido. O material eliminado corresponde à membrana e ao conteúdo que envolve o bebê no útero.
Usualmente, a mulher sente a perda de meio litro de líquido transparente, mas a quantidade vai depender de onde a bolsa rompeu. Em casos de rupturas altas, por exemplo, a perda de líquido pode ser pequena, apenas suficiente para umedecer a calcinha.
3. Contrações
Por fim, o surgimento de contrações marca o início oficial do trabalho de parto. Esse sintoma pode ser percebido por algumas mulheres como um endurecimento da barriga e ter reflexos no abdômen e nas costas. Elas ocorrem porque o útero está se contraindo e relaxando ao mesmo tempo. Esse movimento ajuda a abrir o colo e empurrar o bebê para o canal de nascimento.
No começo, as contrações costumam parecer com cólicas menstruais. Esse início também é conhecido como pródromo. Mas, com o tempo, tornam-se mais frequentes e intensas. De intervalos de 15 a 20 minutos, com duração de 30 a 45 segundos, podem chegar a uma frequência de duas a três contrações a cada 10 minutos, que perduram por quase um minuto completo. Nesse estágio é considerado “trabalho de parto ativo”.
A recomendação é que a equipe médica responsável seja avisada imediatamente da ocorrência de qualquer um desses sinais. Os profissionais saberão indicar com clareza os próximos passos a serem seguidos.
Revisão técnica: Erica Maria Zeni (CRM 140.238/ RQE 75645), médica da Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo . Possui graduação e residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e residência em Medicina Interna pela Universidade de São Paulo (USP). Também possui pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica Medicina Paliativa, em Buenos Aires, Argentina.
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